sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

GERMANO MATHIAS, O CATEDRÁTICO DO SAMBA


GERMANO MATHIAS - DE BACHAREL A CATEDRÁTICO DO SAMBA
No dia 2 de junho de 1934, no bairro do Pari na cidade de São Paulo, nascia um dos maiores intérpretes do samba: Germano Mathias. Começou sua carreira em 26 de outubro de 1955, na Rádio Tupi de São Paulo, quando participou do concurso À Procura de Um Astro. De lá pra cá, são 45 anos de carreira, com 19 LPs e vários compactos. Germano Mathias é considerado o cantor que mais representa o sambista paulistano, porque sempre foi muito fiel a sua origem. Em 56, gravou seu primeiro 78 rotações, com a música Minha Nega na Janela, de um lado e de outro, Minha Pretinha. Outros sucessos vieram em seguida como: A Situação do Escurinho, Falso Rebolado, Guarde a Sandália Dela, Tem Que Ter Mulata, Malvadeza Durão , Malandro de Araque, Baile do Risca Faca, Bonitona do Primeiro Andar, Nega Dina, Cambalacho e Jeronimo (Essa música foi tema do personagem de mesmo nome na novela Cambalacho da Rede Globo). Participou de dois filmes: O Preço da Vitória e Quem Roubou Meu Samba. No dia 1º. de maio de 1967 recebeu o diploma de Bacharel do Samba da Ordem da Palheta Dourada, outorgado pela Escola de Samba X-9 da cidade de Santos (SP). Randal Juliano, apresentador do programa Astros dos Discos, na TV Record, sabendo da entrega do título, apelidou-o 'O Catedrático do Samba'. O próprio Germano não sabe explicar como aprendeu a batucar na latinha de graxa. Conta que gostava de acompanhar a batucada dos engraxates nas rodas de samba que se formavam nas praças Clóvis Bevilácqua e João Mendes, no Centro da cidade. Tanta habilidade com a latinha permitiu que fosse convidado a tocar frigideira na Escola de Samba Rosas Negras da rua Lavapés, no bairro do Cambuci. Daí para o rádio foi um pulo. Seu jeito de cantar agradava a todos. O segredo era que quando cantava fazia suas "presepadas", como ele mesmo definia sua atuação. A consagração aconteceu quando participou dos primeiros programas de televisão, pois quem o ouvia no rádio imaginava que Germano fosse negro. Ao aparecer na TV a surpresa foi geral, porque a aparência do jovem cantor era mais de um nobre nórdico do que um sambista da época. Germano Mathias (com "th" como faz questão de lembrar) é o representante do "samba sincopado". Um ritmo que tem a voz e o acompanhamento em perfeita harmonia, com divisões bem marcadas e uma batida diferente. Exemplo deste estilo está na música Minha Nêga na Janela. Foi o primeiro cantor a gravar uma música de Geraldo Filme. Gravou canções de Zé Keti, Nelson Cavaquinho e Martinho da Vila. Com Jorge Costa fez seus maiores sucessos, como O Baile do Risca Faca e Falso Rebolado. Foi campeão de venda de discos, faturou com comerciais e chegou até ganhar um automóvel de uma gravadora. Apesar de todo esse sucesso, Germano foi esquecido pela mídia. Segundo o cantor a idade o atrapalha de duas maneiras: "A primeira é que alguns me acham velho demais para fazer sucesso e a segunda, é que os produtores das gravadoras são muito jovens e não me conhecem" concluiu.
Ouça Germano Mathias, nos excertos:
1975 - Ensaio TV CULTURA - Minha Nega na Janela (Germano Mathias-Doca)1962 - GINGA NO ASFALTO - Baile do Risca Faca (Jorge Costa - Durum Dum Dum)2005 - Tributo a Caco Velho - Meu Fraco É Mulher (Conde-Heitor de Barros)1962 - GINGA NO ASFALTO - Vaidosa (Arthur Morais - Herivelto Martins)1959 - Malvadeza Durão (Zé Keti)1958 - Guarde a sandália dela (Germano Mathias-Sereno)78rpm.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

ELOMAR FIGUEIRA MELLO

Elomar Figueira Mello, nasceu em Vitória da Conquista em 21 de dezembro de 1937. Mais que um compositor e cantor brasileiro.
O Sr. Ernesto Santos Mello, filho de tradicional família de fazendeiros da Zona da Mata do Itambé e da região do Mata - de - Cipó de Vitória da Conquista, casou-se com D. Eurides Gusmão Figueira Mello, de ascendência hebraica (cristão novo da linhagem Figueira e Azeitum). Por dificuldades econômicas ou mesmo por costume da época, quiçá, habitaram nos primeiros tempos a velha casa da Fazenda Boa Vista, propriedade de seus avós Virgílio Figueira e D. Maricota Gusmão Figueira. Ali, naquela velha casa, onde pousaram levas e levas de retirantes flagelados das grandes secas cíclicas do sertão nordestino, aos 21 de dezembro de 1937, nasceu Elomar Figueira Mello, primogênito do jovem casal .
Aos três anos de idade, em face da fragilidade da saúde do menino, seus pais alugaram, na cidade de Vitória da Conquista, uma pequena casa numa rua chamada Nova. Enquanto seu pai se ausentava por longos períodos na lida de tanger boiadas, D. Eurides, ao som da velha máquina de costura, ganhava o pão, ao tempo em que embalava o frágil menino. Aos sete anos de idade, seus pais deixaram definitivamente a vida urbana, transferindo-se para o campo, onde Elomar com seus irmãos Dima e Neide, perpassou toda infância pelo São Joaquim, Brejo, Coatis de Tio Vivaldo e Palmeira de Tio Kelé. No São Joaquim, berço da 2" infância, cursou parte do primário escolar, completando este e o ginasial na cidade no ano de 1953.
No ano seguinte, a contragosto seu, deixa o curral, o roçado e os folguedos da vida pastoril, para ir cursar o científico no Palácio do Conde dos Arcos em Salvador. Em 1956, interrompe o curso e volta à terra natal para servir ao exército, passando a morar com sua avó paterna na mesma fazenda, vizinho bem próximo da velha casa onde nasceu. A partir dos dezoito anos, a casa de mãe Neném, sua avó, será sua morada toda vez que voltar de férias da capital, embora visite constantemente sua avó Maricota na cidade e seus pais no São Joaquim. Esta preferência de habitação deve-se ao fato único de mãe Neném, em sendo católica apostólica, ter sido mais tolerante com o tipo de vida do moço poeta, de perfil boêmio. Em 1957, novamente em Salvador, conclui o científico. Em 1958, perde o .vestibular de geologia, face o já grande enredamento com a música nos meios intelectuais dali. Em 1959, faz o vestibular para arquitetura. Conclui o curso em 1964, após o que, incontinenti, regressa de modo decidido e definitivo ao Sertão para, tendo a arquitetura como suporte econômico mínimo, escrever sua obra.
A música e a poesia essencial, com a força de seus encantamentos, despertaram o compositor numa idade muito tenra, e o poeta, um pouco mais tarde. Aos sete anos, no São Joaquim, os primeiros contatos inevitáveis com a música profana de menestréis errantes, como Zé Krau, Zé Guelê e Zé Serradô, tem maior importância, destacando-se o primeiro pela forma esdrúxula de suas parcelas ou pelas narrativas épicas amargas que já despertavam profundos sentimentos na alma do embrionário compositor.
É bom assinalar que até então só tinha ouvido a música eclesiástica do hinário cristão, do culto batista evangélico, fé única de sua família da parte de sua mãe.
Assim que ouviu os primeiros acordes de viola, violão e sanfona e as primeiras estrofes das tiranas dos côcos e parcelas dos três Zés, têm início as primeiras fugidas de casa, pelas bocas-de-noite, não só para ouvir como também, por excelência, para aprender os primeiros tons no braço do violão, o qual será, a partir dali, seu instrumento definitivo. Note-se bem que estas proezas davam-se às voltas e muito às escondidas, pois que não só para seus pais e parentes, como também para toda sociedade de então, labutar com música era coisa para vagabundo. Tocador de violão, viola ou sanfona, era sinônimo de irresponsável. As primeiras composições datam dos onze anos. Já a partir dos sete , oito anos quando vinha à cidade, toda noite ia à casa do Tio Flávio ouvir no rádio uma música estranha executada com instrumentos estranhos diferentes do violão , viola , sanfona etc... Música esta que mal começava logo, terminava. Anos mais tarde ao chegar a capital descobre que aquela música era a protofonia de “O Guarani” e quando mortificado também descobre escrita musical, a partìtura e o que mais lhe causou espanto: a existência de milhares de músicas, escritas por milhares de compositores que viveram a partir de centenas de anos passados.
Aos 17 anos, já lê bem e mal escreve. Começa, então, nesta idade propriamente as composições literárias e musicais numa seqüência interminável, mas sem ainda ter uma linha definida. Destas Calendas são: Calundu e Kacorê, Prelúdio nº Sexto, Samba do Jurema, logo após, Mulher Imaginária, Canção da Catingueira e abertura de O Retirante. Em 1959-1960, começam a lhe chegar idéias de trabalhos maiores em envergadura e vai compondo aleatoriamente o ciclo das canções. Contudo, sempre preso à mesma temática, as vicissitudes do homem, seus sofrimentos, suas alegrias na terrível travessia que é a sua vida e, sobretudo, seu relacionamento com o Criador. Isto, é claro, a partir do seu elemento circunstancial, o Sertão, sua pátria. Verdadeiramente, onde vive.
Em 1966, já arquiteto e morando no sertão, casa-se com Adalmária, doutora em Direito, e filha da capital, contudo de orígem "sertaneza", da qual nascem Rosa Duprado, João Ernesto e João Omar. Enquanto muito trabalha à arquitetura menos vai compondo, sonhando com certa estabilidade econômica (que nunca chegou) para dedicar-se integralmente à música. João Omar, Maestro e Compositor, acompanha o pai desde os nove anos de idade.
Em 1969, sela o caderno da sua primeira ópera, o "Auto do Catingueira", mais tarde, parcialmente partiturada, face o caráter popular da obra. Durante a década de 70, projetou muito da arquitetura e um pouco mais na música. No começo dos anos 80 inicia a carreira de peregrino menestrel, de viola na mão, errante, de palco em palco pelos teatros do país, conquistando uma pequena platéia composta de poetas, músicos, compositores e de intelectuais de linhagem pura, sem modernosas e, por fim, de simples pessoas do povo, atraídas mais pela linguagem dialetal, a temática sertânica e as melodias fora de moda e (segundo Dr. Raimundo Cunha) indançáveis.
A partir daí, quando já abandonando a profissão liberal e em firmando-se mais fundamente na composição, compõe a Fantasia leiga para um Rio Seco, confiando a escrita orquestral a seu amigo e patrício de sertão Maestro Lindembergue Cardoso, por ainda ser ananota em escrita para orquestra. Em 1983, por ocasião da gravação do Auto da Caatingueira, na Casa dos Carneiros, fazenda onde mora desde 1980, faz sua primeira incursão no universo orquestral, quando partitura a abertura do Auto da Caatingueira para violão, flauta e violoncelo.
A partir de 1984, ainda na fase das canções, começa a esboçar a seqüência das óperas e das antífonas. É quando escreve as antífonas: I - Loas para o justo - para barítono e quarteto misto; II - Balada do Filho Pródigo - para tenor, coro e orquestra; a IV - Meditações a partir de Romanos VII - para coro e orquestra. Em 1993, a XI - Alfa - para violão e orquestra, ou seja, um concerto para violão e orquestra.
As antífonas de números VI, VII, VIII, IX, X, XI Beta e XI Delta estão praticamente compostas, faltando apenas irem para a partitura. Por outro lado e paralelamente às antífonas, a partir de 84, começa também mais propositadamente a fase das óperas, porquanto já estão em partitura. A Carta, ópera em quatro cenas, O Prólogo de O Retirante, ópera em dois atos. As outras óperas, Faviela, O Peão Mansador, A Casa das Bonecas, Os Poetas são Loucos, mas Conversam com Deus, De Nossas Vidas Vaporosas "ensaios", Os Lanceiros Negros e os Pobres, os Miseráveis e os Desvalidos, já estão quase todas compostas, faltando tão somente serem partituradas.
Ainda em paralelo vem a série dos Galopes Estradeiros, que trata de sinfonias compactas. Desta já se encontra em partitura o primeiro Galope Estradeiro. O segundo, o terceiro e o quarto já estão mais do que esboçados.
Quando deixou a fazenda, a vida na capital lhe foi muito severa. Tanto nos tempos de estudante interno como durante os anos de faculdade, onde nas casas-de-pensão que habitara mal conseguia lugar nos porões, junto a ratos e aranhas. O normal era ir dormir com fome. O pouquinho dinheiro que sua mãe lhe mandava gastava com aulas, cordas de violão, e compras de partituras e livros, o que era escasso e muito caro naquela época.
Numa certa feita, pelos idos dos anos de 1960, durante um rigoroso inverno, quase morre entrevado e à míngua num frio porão de uma casa-de-pensão na Avenida Sete, onde foi valido, abaixo de Deus, por uma estudante de enfermagem, mineira, que lhe dava o alimento de colher na boca, por impossibilidade de movimentar pernas, braços e pescoço gravemente atacados por inesperado reumatismo poli-articular agudo. Lurdinha era seu nome.
Nestas circunstâncias foi forjado o cantor dos "Retirantes", o poeta de "Os Pobres, os Miseráveis e os Desvalidos".
O ano que passou em sua terra natal, a serviço da pátria, foi de grande importância em sua formação musical, pois que na convivência de primos, de amigos, poetas e cantores, livre de maiores responsabilidades com os estudos, conheceu de perto a música nacional urbana, a seresta, o samba e o tango argentino. São seus contemporâneos deste gosto: Camilo de Jesus Lima, Euríclides Formiga, Chagas, o seu tão querido tio Valter, brilhante cantor, junto a mais de meia centena de primos e amigos mais ou menos da mesma idade, os quais durante o dia estudavam ou lidavam nas fazendas circunvizinhas. Nas noites, era o declamar Cecéu, recitar Kayan, Lamartine, Rabelo da Silva, Camões e violões e serestas nestas marés, muitas e tantas vezes tentava mostrar suas composições... - "Para, para, para" gritavam. É que sua música nova doía nos ouvidos d'antanho.
Durante o dia, passava roupa a ferro com os seus primos Mouvê e Lupen e o Seu irmão Dima, com o fim de ajudar sua vó "mãe" Neném fazer a feira. Era de extrema simplicidade a casa da vó, que, sempre rastreada pela pobreza, vivia unicamente de aluguéis do pequeno mangueiro onde morava. Durante a semana, e mais nas sextas e sábados, ali na Boa Vista, pousavam tropeìros e viajantes que vinham para as feiras ou passavam pela cidade. Não havia luz elétrica, nem água encanada. Elomar compunha à luz de fifó.
Estas lembranças, estas marcas vivas de todo um passado amargo e alegre, vão permear sua obra por todo o percurso; desde as parcelas e tiranas dos primeiros tempos até as óperas e galopes dos últimos dias.
Atualmente, Figueira Mello já um pouco mais adiantado na estrada, aos seus 63 anos de idade, continua compondo intensamente, varando os dias e as noites sem descanso. No seu labutar, confessa que tem de escrever sem perda de tempo, pois que a obra é imensa e o tempo já declina pela tarde. Já deixou a Casa dos Carneiros, na Gameleira, onde demorou por um bom tempo de sua vida e donde saiu o grosso do ciclo das canções. Ali de volta, pretende concluir sua obra bem longe, bem distante dos mundos urbanos, pois que não só sua obra, como também sua própria pessoa, não é outra coisa senão antagônicos dissidentes irrecuperáveis de sua contemporaneidade tendo em vista sua formação estritamente clássica e regionalista. Daqui leu todos os poetas, escritores e profetas hebreus; leu os mélicos e os clássicos gregos; os latinos, incluindo Esopo e o Fedro; os italianos, franceses, ingleses, espanhóis, russos e, por último, os alemães, tendo, é claro, antes disto perpassado pelos essenciais patrícios.
A partir dos dezessete, já enveredava-se pelas novelas de cavalaria em leituras longas e sonhadoras. Bate-se frontalmente com a chamada arte contemporânea. Horror à dita cultura ( que segundo ele é um DX, salvo o bom cinema) estatudinese da América do Norte, o que lhe traz à lembrança palavras de antigas profecias "sertanezas", que sentenciaram: "que haverá de chegar um tempo de baixar os muros e levantar os munturos - vivemos o tempo do culto às nulidades. São os minimalismos que estão chegando....", clama o compositor.
Assim, para Figueira Mello o que importa é concluir suas óperas, antífonas e galopes, pôr tudo em partituras a nanquim e enfardados em campa antiga, guardar o monobloco passageiro do tempo até a estação futura, bem-vinda quadra remota, onde o aguarda uma geração que, por justiça, haverá por certo de ouvir e amar sua música tão fora de moda nestes dias. Ó Tempora! Ó Mores! Fonte: http://www.elomar.com.br/

"A mim me parece um disparate que exista mar em seu nome, porque um nada tem a ver com o outro, No dia em que "o sertão virar mar", como na cantiga, minha impressão é que Elomar vai juntar seus bodes, de que tem uma grande criação em sua fazenda "Duas Passagens", entre as serras da Sussuarana e da Prata, em plena caatinga baiana, e os irá tangendo até encontrar novas terras áridas, onde sobrevivam apenas os bichos e as plantas que, como ele, não precisam de umidade para viver; e ali fincar novos marcos e ficar em paz entre suas amigas as cascavéis e as tarântulas, compondo ao violão suas lindas baladas e mirando sua plantação particular de estrelas que, no ar enxuto e rigoroso, vão se desdobrando à medida que o olhar se acomoda ao céu, até penetrar novas fazendas celestes além, sempre além, no infinito latifúndio.
Pois assim é Elomar Figueira de Melo: um príncipe da caatinga, que o mantém desidratado como um couro bem curtido, em seus 34 anos de vida e muitos séculos de cultura musical, nisso que suas composições são uma sábia mistura do romanceiro medieval, tal como era praticado pelos reis-cavalheiros e menestréis errantes e que culminou na época de Elizabeth, da Inglaterra; e do cancioneiro do Nordeste, com suas toadas em terças plangentes e suas canções de cordel, que trazem logo à mente os brancos e planos caminhos desolados do sertão, no fim extremo dos quais reponta de repente um cego cantador com os olhos comidos de glaucoma e guiado por um menino - anjo a cantar façanhas de antigos cangaceiros ou "causos" escabrosos de paixões espúrias sob o sol assassino do agreste.
Elomar nasceu em Vitória da Conquista, cidade que também deu vez a Glauber Rocha e Zu Campos, e depois de formar-se em arquitetura pela Universidade Federal da Bahia, ocupa atualmente o cargo de Diretor de Urbanismo em sua cidade. Mas do que gosta realmente é de sua caatingueira, uma das mais ásperas do sertão brasileiro, onde cria bodes e carneiros. Já me foi contado que um de seus reprodutores, o famoso bode "Francisco Orellana", quando a umidade do ar apresenta seus índices mais baixos - que usualmente é 10 graus - senta-se em posição estratégica sobre as patas traseiras e não se peja de urinar na própria boca, de modo a aproveitar, num instintivo e engenhoso recurso ecológico, a própria água do corpo para dessedentar-se.
E tem a onça. Vez por outra, a madrugada restitui a carcaça sangrenta de um bode ou um carneiro, e todas as preocupações cessam, a não ser chumbar a bicha. E a conversa entre os fazendeiros fica sendo apenas essa: onça, suas manias, suas manhas, seus pontos fracos.
Todo mundo se oncifica. Elomar sai à noite para tocaiá-la, e quando a avista só atira nela de frente.- Um bicho que vem de tão longe para matar meus bodes, esse eu respeito! - diz ele em seu sotaque matuto (apesar da boa cultura geral que tem) e que faz questão de não perder por nada, enojado que está da nossa suposta civilização.
Quando lhe manifestei desejo de passar uns dias em sua companhia e de sua família (Elomar é casado e tem um par de filhos, sendo que a menina tem o lindo nome de Rosa Duprado) para descobrir, em sua companhia e ao som do excelente violão que toca, essas estrelas reconditas que já não se consegue mais ver nos nossos céus poluídos, Elomar me disse:- Pode vir quando quiser. Deixe só eu ajeitar a casa, que não está boa, e afastar um pouco dali minhas cascavéis e minhas tarântulas...
É... Quem sabe não vai ser lá, no barato das galáxias e da música de Elomar, que eu vou acabar amarrando um bode definitivo e ficar curtindo uma de pastor de estrelas..."
Texto de Vinícius de Moraes sobre Elomar , na contracapa do LP " ...das barrancas do Rio Gavião", de 1972.
Conheça um pouco da obra musical de Elomar, através dos excertos :Violeiro (Nas Barrancas do Rio Gavião 1972) / Cavaleiro do São Joaquim (Nas Barrancas do Rio Gavião 1972) / Cantiga de Amigo (Nas Barrancas do Rio Gavião 1972) / Canto de Guerreiro Mongoio (Na Quadrada das Águas
Perdidas 1979) / Peão de Amarração (Elomar em Concerto 1989 ).
Excertos IncidentaisEstrela Maga Dos Ciganos - Noite de Santo Reis - ConSertão - & Arthur Moreira Lima - 1982 /A Meu Deus um Canto Novo - Árias Sertânicas -1992 / Elomar e o estado do sertão - Tramas do Sagrado 2007 /Mensagem e da catingueira - Tramas do Sagrado 2007 .


sábado, 20 de dezembro de 2008

OSCAR DA PENHA - BATATINHA (05/08/1924 - 03/01/1997)


Oscar da Penha, o BATATINHA , nasceu em Salvador, na Maternidade Climério de Oliveira, em 5 de Agosto de 1924. Filho de família pobre, e numerosa (9 irmãos), morava na antiga rua dos Campelas, hoje 3 de Maio, no Pelourinho, bairro de onde nunca sairia em toda a sua vida. Logo cedo o menino Oscar e seus irmãos ficaram
órfãos por parte de pai. Aos dez anos foi trabalhar numa marcenaria para ajudar a família. Ali ficou até os 14 anos quando ingressou como office-boy no "Diário de Notícias", jornal do grupo dos "Diários Associados", de Assis Chateaubriand. Após atingir a maioridade, foi promovido a auxiliar tipográfico. Trabalhou também no periódico “Estado da Bahia”, sendo depois, como profissional de gráfica (prelistaemendador), admitido como funcionário público da Imprensa Oficial (hoje Empresa Gráfica da Bahia), função que manteve até a sua aposentadoria. Era casado com Marta dos Santos Penha e juntos tiveram nove filhos. Desde os 15 anos já compunha suas músicas, mas começou na carreira artística no rádio, inicialmente como cantor em 1944, levado pelas mãos do pernambucano Antonio Maria, que estava chegando a Salvador para dirigir a Rádio Sociedade da Bahia, emissora do grupo dos "Diários Associados" do famoso jornalista Assis Chateaubriand. O programa era intitulado "Campeonato do Samba". Observando o jovem Oscar cantarolando coisas inéditas suas, e de artistas da época, especialmente do cantor paulista Vassourinha, o futuro autor de "Ninguém me ama/ninguém
me quer.." é o primeiro a lhe incentivar a mostrar suas composições. A partir de então, Oscar da Penha tornava-se um participante ativo desse mundo do rádio, concorrendo como calouro e como compositor. Foi assim que tirou um segundo lugar cantando 212, um samba de Roberto Martins e Mário Rossi. Àquela época o rádio era o ponto central das atenções das pessoas, sendo a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, um modelo de inspiração para todo o país. Por sua vez, a Rádio Sociedade da Bahia era uma das mais importantes do Norte/Nordeste, possuindo um cast de locutores, operadores, atores, cantores e até uma orquestra sinfônica. Os sambas de Oscar da Penha passaram então a fazer parte do repertório dos programas da emissora.
SURGE O BATATINHA
Mas, de onde vem o nome artístico, Batatinha? Esse episódio tem uma história curiosa e que demonstra a grandeza do Sr Oscar da Penha. Por causa das suas vitórias nesses concursos de sambas, os seus admiradores passaram a lhe elogiar, dizendo: "Oscar da Penha, você é batata!" (expressão que seria semelhante a bamba na gíria carioca). Determinada noite, o compositor e locutor Antonio Maria, em um dos programas, anunciou: "E agora
senhoras e senhores, ouvintes da Rádio Sociedade da Bahia, o compositor Oscar da Penha, o nosso Batatinha!". Outras versões dizem que o apelido dado pelo compositor de "Menino Grande" teria sido apenas "o Batata", e que o Oscar da Penha, na sua humildade, teria retrucado: "Não sei se sou batata, acho que sou apenas uma pequena batata, uma batatinha". Daí teria vingado o seu nome artístico – Batatinha - a partir de então, referência para o mundo do samba baiano. Esta última versão foi confirmada pessoalmente pelo próprio compositor, em entrevista
concedida ao produtor Fernando Faro, no programa "Ensaio" TV Cultura, SP, acrescentando que o Antonio Maria, com este apelido, fazia também uma alusão ao cantor paulista Vassourinha, que era o sambista preferido do Batatinha, quando este se apresentava como calouro. Como já foi aqui registrado, Oscar da Penha, o Batatinha, fazia suas músicas, desde a década de 1940, entretanto, a primeira gravação em disco dos seus sambas só aconteceria em 1960, através do cantor carioca Jamelão. Isto se deu pela amizade que “o eterno cantador dos sambas-enredos da Mangueira”, mantinha com os compositores baianos, desde que passara a visitar, com freqüência, a cidade de Salvador, especialmente durante os festejos de Iemanjá, no bairro de Amaralina. Ciceroneado pelo também saudoso cantor e compositor baiano, Tião Motorista, àquela época motorista de táxi, Jamelão viria a conhecer todos os sambistas de Salvador da época, e entre eles,
Oscar da Penha. Dessa amizade sairia a promessa de gravar uma música do Batatinha. De volta ao Rio de Janeiro, levando na bagagem um repertório de sambas dos baianos, o intérprete favorito de Lupicínio Rorigues, entre outras composições, escolheria para gravar "Jajá da Gamboa", de Batatinha. Esta foi a chave que abriu caminho para o compositor no sul do Brasil. Um outro momento importante para o nosso biografado, ainda no ano de 1960, deu-se com a inclusão de uma música sua, "Diplomacia", na trilha sonora do filme "Barravento”, do genial cineasta baiano, Gláuber Rocha. Neste filme essa canção é interpretada por um personagem de um pescador (Meu desespero ninguém vê / Sou diplomado
em matéria de sofrer)
A IMPORTÂNCIA DE MARIA BETHANIA
Na verdade, a primeira pessoa a difundir nacionalmente o nome de Batatinha, foi Maria Bethania, que já em seu primeiro álbum, "Maria Bethania", RCA Victor, 1965, lançou, unidos numa mesma faixa, dois sambas dele: "Só Eu Sei" e "Diplomacia" (com J. Luna). Em 1971, ela o homenageia de novo, inserindo no show-disco, "Rosa dos Ventos", Phillips, um bloco todo dedicado a ele, onde explicita o seu carinho e amor pela obra do mestre. Bethania dá o seu depoimento sobre o compositor e canta "Toalha da Saudade", "Imitação" e "Hora da Razão" (a primeira e
a última em parceria com J.Luna). Em 1972, no disco "Drama", Phillips, Maria Bethania, mais uma vez, grava Batatinha. Desta feita foi a canção "O Circo", uma marcha rancho que fala da tristeza de um menino pobre que, na impossibilidade de assistir a um espetáculo de circo, se conforma em ficar do lado de fora da lona ouvindo apenas as gargalhadas do público ("todo mundo vai ao circo / menos eu, menos eu/ como pagar ingresso / se eu não tenho nada?/ fico de fora escutando a gargalhada").Pronto! O Brasil, pouco a pouco, começa a conhecer aquele compositor de rara inspiração, ombreando no mesmo nível de criação popular, com um Cartola ou um Nelson Cavaquinho, conforme opinião do cantor e compositor Paulinho da Viola, inserida na contracapa do disco “Samba da Bahia”. Vários fatores contribuíram para que a obra de Batatinha quase ficasse no anonimato total. Era um homem simples e que não via a música como objeto apenas de consumo. Por isso nunca se preocupou em “catituar” espaço para as suas composições. Enquanto muitos artistas baianos, em busca do sucesso, migravam para o Sul do país, ele permaneceria em sua Salvador, no seu Pelourinho, freqüentando tranqüilamente as suas rodas de sambas e boêmias com os amigos. Era uma pessoa desprovida de ambições na vida, nasceu pobre e morreu pobre. Formava com o alegre Riachão, sua antítese no comportamento musical, com Panela (também falecido no anonimato), e mais tarde com os mais jovens companheiros, como Edil Pacheco, Ederaldo Gentil, Tião Motorista e Walmir Lima, o QG de resistência do samba na Bahia.
ENFIM, AS PRIMEIRAS GRAVAÇÕES COM SUA VOZ.
A sua estréia em disco deu-se no ano de 1968, através de um compacto duplo da extinta gravadora JS, que teve o título "Batatinha, Futebol Clube". Alguns anos depois, em 1973, após uma temporada na Bahia, o compositor Paulinho da Viola, levou para o Rio de Janeiro as notícias da existência daquele excelente grupo de sambistas baianos. Foi então que a gravadora Polygram, através de seu selo Fontana-Especial, resolveu produzir um disco com esses artistas.
O diretor de produção, Paulo Lima, improvisou um estúdio no teatro Vila Velha, em Salvador, registrando o disco intitulado "Samba da Bahia", onde Batatinha estreava como cantor e com as suas próprias canções. Dividindo o projeto com ele, estavam os também estreantes em disco, o Riachão (responsável por sete músicas do lado A) e o Panela (cantando nas faixas 5 e 6 do lado B). Batatinha gravaria as faixas 1,2,3 e 4 do lado B, "Diplomacia:" (c/ J. Luna), Ministro do Samba (uma homenagem ao Paulinho da Viola), "Inventor do Trabalho" (essa seria mais tarde
gravada por Nora Ney) e "Direito de Sambar". Esse disco, hoje raridade apenas em LP (vinil), está a merecer uma reedição como documento histórico. Na contracapa deste trabalho há um depoimento de Maria Bethania e um texto do Paulinho da Viola. O autor de "Foi Um Rio que Passou Em Minha Vida" assim se expressa sobre Batatinha: "felicidade para aqueles que têm o
privilégio de estar perto dele e conhecê-lo. Eu o coloco ao lado de um Nelson Cavaquinho e um Cartola....Batata, sinto um prazer imenso em ser seu amigo..."Em 1976, Batatinha entrou no estúdio da gravadora Continental, para registrar, o seu primeiro disco solo, o "Toalha da Saudade". Na contracapa, o jornalista baiano, Jehová de Carvalho, fala um pouco das dificuldades do amigo compositor, revelando que ele tinha, às vezes, que vender seus sambas para "figuras inescrupulosas", como forma de sobrevivência. Nesse LP encontra-se a belíssima canção "Espera", em parceria com Ederaldo Gentil. Essa canção foi recentemente regravada pelo cantor Luiz Melodia, para o CD, "Pérolas Finas", disco independente, promovido por amigos em homenagem ao cantor e compositor Ederaldo Gentil, outro grande esquecido do samba baiano. O disco "Toalha da Saudade", do Batatinha, também ainda não foi reeditado em CD. Uma das músicas dessa fase do mestre Batata, "Hora da Razão" (c/ J. Luna), seria regravada no ano seguinte por Caetano Veloso (com aquele toque mágico de sempre), no seu disco dedicado ao carnaval, "Caetano...Muitos Carnavais..." Phillips, 1977. Mesmo assim, com esse prestígio e reconhecimento por parte de artistas e músicos, o mestre continuava um ilustre quase desconhecido para a grande maioria do resto do país. Em 1994 houve uma movimentação de seus amigos e admiradores e, com o patrocínio da Fundação Cultural do Estado, foi gravada a sua terceira bolacha (disco vinil de 12 pols) solo, "Batatinha - 50 Anos de Samba". As primeiras tiragens (poucas, é verdade) foram esgotadas rapidamente, então, novamente os mesmos amigos e admiradores, bancaram outras prensagens desse disco. Esta nova distribuição saiu com uma capa diferente da edição original, embora o disco em si fosse o mesmo. Esse registro continua inédito em versão CD, permanece como um tesouro de alguns fãs e colecionadores, portanto é coisa rara como os outros LPs. Neste trabalho fonográfico, Batatinha registraria, entre outras canções, a antológica, "O Circo", além de homenagear Gordurinha, outro importante autor baiano, da mesma forma relegado ao ostracismo.
DIPLOMACIA, O CANTO DO CISNE.
Mais uma vez o velho Batata estava totalmente esquecido e esnobado por aqueles que detêm o poder de dizer o que deve ser gravado e/ou tocado na MPB. Por isso Batatinha era “um produto” descartado domercado fonográfico. Curiosamente foi devido, indiretamente, a esse fenômeno batizado indevidamente de axé-music, vilão responsável pela inversão de valores no mundo fonográfico baiano, o motivo para que Batatinha retornasse à mídia e, conseqüentemente, ao disco. Os compositores conterrâneos Paquito, J. Velloso e Jorge Portugal, escreveram uma série de artigos pelos jornais de Salvador, onde "desciam o malho" na chamada axé-music, e a sua exclusividade massacrante imposta nas execuções das estações de rádio locais (o famoso JABÁ). Em determinado momento, citaram o nome de Batatinha como exemplo desse descaso com a nossa verdadeira música baiana. Um dos debatedores resolveu perguntar por que a indústria fonográfica não fazia um disco com o velho mestre Batatinha. Como não houve resposta dos empresários do setor, "resolvemos, então, encampar o projeto sozinhos", diz Paquito, um dos idealizadores do disco. Munidos de um pequeno gravador, Paquito e J. Veloso, este último sobrinho de Caetano Veloso, localizaram o mestre, já neste tempo, com problemas graves de saúde. Fizeram várias entrevistas com ele, e se espantaram, vendo que ele não havia feito registro algum de suas composições. O seu arquivo era a sua memória, nem um simples caderno, nada! Foi um trabalho de paciência, de amor mesmo de fãs para com seu ídolo, numa fase decisiva da vida do compositor. Enquanto respondia às perguntas e cantarolava suas canções, Batatinha batucava na caixinha de fósforos, o instrumento que usava para compor. Desta forma ele ia recordando suas canções. Paquito e J. Veloso conseguiram recuperar, desta forma, cerca de 70 músicas, muitas das quais inéditas. Em conjunto com o autor, foram selecionadas 16 das suas mais representativas músicas, sendo que esse material serviu de base para o CD homenagem, intitulado, "Diplomacia - Antologia de um Sambista", EMI-ODEON - 1977. Paquito e J. Veloso foram responsáveis pela produção do disco, sendo esse o primeiro trabalho da dupla nesse particular. O projeto demandou dois anos para ser concluído. O próprio compositor convidou seusvelhos companheiros do samba baiano, Riachão, Valmir Lima, Edil Pacheco e Nelson Rufino, além de Maria Bethania, sua principal e maior divulgadora, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso e a mineira/baiana, Jussara Silveira, na época grande revelação como cantora. Uma falta notada no disco foi a do velho parceiro Ederaldo Gentil, afastado da vida artística por problemas de saúde. Infelizmente Batatinha já andava bastante doente e não teve a alegria de ver esse disco acabado. Nesse percurso, mesmo confiante em ver o seu primeiro CD pronto, a doença se agravara, sendo ele internado no hospital para não mais sair com vida. Algum tempo depois de ter colocado a sua voz, já um pouco fraca, nas doze canções que interpreta nesse disco, no dia 3 de janeiro de 1997, aos 72 anos, morreria de um câncer fulminante na próstata, o velho Batatinha, o Diplomata do Samba Baiano.No trabalho de garimpagem de Paquito e J. Veloso, eles afirmam terem encontrado composições alegres e jocosas, que festejam a boêmia e a malandragem sadia. Nesse seu primeiro, e último CD póstumo, encontramos uma prova de que Batatinha nem sempre era um compositor de temas tristes. A mostra está nas hilariantes canções, "Jajá da Gamboa", "De Revólver, Não!" e "Bebé Diferente", onde, nesta última, ele retrata um bebé malandro que, em vez de leite, quer mamar outra coisa (pinga). Após a sua partida, poucas homenagens lhe foram feitas, é verdade, porém algumas merecem registro. A TV Cultura, SP, através de Fernando Faro, um dos maiores responsáveis pela memória musical do país, reprisaria, na semana seguinte à morte do Batatinha, o especial "Ensaio", gravado com o compositor dois anos antes. O bloco afro Olodum, no carnaval do mesmo ano, saiu às ruas com mortalhas pretas e amarelas em sua lembrança. Em São Paulo foi promovido um show intitulado "Diplomacia - A Música do Batatinha", que teve a participação dos novos cantores Paquito, Jussara Silveira e Vania Abreu, além dos cariocas Élton Medeiros e Dona Ivone de Lara. O ponto máximo desse show foi a presença do eterno companheiro de boêmias do homenageado, o antológico, Riachão, outro que, somente agora, teve o seu primeiro CD gravado, com a produção dos mesmos Paquito e J. Veloso. O carnaval revitalizado do bairro onde ele sempre viveu, o Pelourinho, passou a chamarse "Circuito Batatinha". Essas "flores depois da vida", ainda são muito poucas, oxalá possa sua obra ser resgatada para as novas gerações. Seria de bom alvitre que o Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria da Cultura, pudesse resgatar, e disponibilizar ao público, toda a obra do Batatinha (que não é grande, diga-se de passagem). Mesmo o último disco "Diplomacia", inicialmente independente, e que seria depois encampado pelo acervo EMI-ODEON, praticamente, não é encontrado com facilidade nas lojas.
(Texto escrito por Lourival Augusto no site http://www.samba-choro.com.br/ )

Ouça alguns excertos de algumas composições de Batatinha, interpretadas por ele e por outros artistas:Maria Bethânia - 1971 - LP Rosa dos Ventos - Lado 01 - Imitação da Vida - Hora da Razão (Batatinha);Batatinha - 1974 - Programa Ensaio - TV Cultura - Toalha da Saudade (Batatinha - J. Luna);Batatinha - 1974 - Programa Ensaio - TV Cultura - Hora da Razão (Batatinha - J. Luna);Caetano Veloso - 1977 - Muitos Carnavais - Hora da Razão (J.Luna - Batatinha);Maria Bethânia - 1997- Diplomacia - Bolero (Batatinha-Roque Ferreira);Caetano Veloso - 1998 - Pra Todo Efeito (Batatinha)(Diplomacia);Batatinha - 1976 - Toalha da Saudade - Ironia (1976);Jussara Silveira - Ironia (Batatinha-Ederaldo Gentil)(1998);Batatinha - 1974 - Programa Ensaio - TV Cultura - Bossa e Capoeira (Batatinha).

domingo, 14 de dezembro de 2008

JUSSARA SILVEIRA

JUSSARA SILVEIRA . Cantora baiana. Há talvez quem insista em frisar sua origem mineira. Jussara é natural de Minas, mas uma cantora baiana. Jussara Silveira estreou como cantora em 1989, no Teatro Castro Alves, maior casa de espetáculos da Bahia. No ano seguinte, já ganhava fôlego para mostrar seu trabalho no grande auditório do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MASP). A partir daí, tem cantado nas mais importantes casas de shows de São Paulo, do Rio de Janeiro e muitas outras cidades do Brasil e do exterior.
Jussara não representa. É o que é: uma apaixonada por canções. Sabe ser vigorosa ou cool. Ter leveza ou densidade. Brincar ou ficar séria. Sua voz tem um timbre todo seu, que se molda expressivamente às mais diversas circunstâncias de letra e música. Ela cresceu ouvindo o repertório erudito, na casa da família em Salvador (Bahia). Depois cursou a prestigiada Academia Música Atual. Estudou canto com Adriana Widmer, no Curso Preparatório de Canto da Universidade Federal da Bahia, e canto coral com o maestro Lindembergue Cardoso. Mais adiante, viria a estudar técnica vocal com Maria Helena Bezzi, no Rio. Vencedora do Prêmio Copene de Cultura e Arte (hoje Prêmio Braskem), na Bahia, Jussara lançou seu primeiro disco solo em 1997 (selo Dubas Música/Universal). Participou de várias coletâneas, como o antológico CD Diplomacia - Tributo a Batatinha (EMI) e Cole Porter e George Gershwin – Canções, Versões, de Carlos Rennó (selo Geléia Geral/warner) Em 1998, lança seu segundo disco, Canções de Caymmi (selo Dubas Música/Universal), eleito um dos melhores do ano pelos críticos do jornal carioca O Globo. Em 2000, gravou duas faixas no álbum do guitarrista português António Chainho, Lisboa – Rio; e foi convidada pelo mestre lusitano e por Maria Bethânia para se apresentar com eles no Rio e em São Paulo. As participações especiais seguem com a gravação de sete faixas do elogiado CD São Paulo Rio (selo Maianga Discos), do compositor paulista Zé Miguel Wisnik, e, mais tarde, no disco Pérolas aos Poucos (Maianga Discos). Com Zé Miguel, ela tem feito shows regularmente, no Brasil e no exterior, na companhia de artistas como a cantora Ná Ozzetti e do violonista e letrista Arthur Nestrovski. (Em 2006, estiveram juntos em Berlim, durante a “Copa da Cultura”.) Jussara também dividiu a Concha Acústica do Teatro Castro Alves em shows ao lado de Nana Caymmi, Maria Bethânia e Alcione. O terceiro CD da cantora, Jussara, foi lançado em 2002 (selo Maianga Discos). Nesse disco, ela interpreta um repertório que navega pelo Oceano Atlântico para estabelecer um elo entre sonoridades do Brasil, de Portugal e de Angola – sempre privilegiando a voz. Em 2006, Jussara Silveira lança dois discos (pelo selo Maianga): Nobreza, um duo de voz e violão, em parceria com o violonista Luiz Brasil; e Entre o Amor e o Mar, projeto premiado no programa Petrobras Cultural e que inclui canções de compositores consagrados, lado a lado com novos nomes da música brasileira. Produzido por Luiz Brasil, o CD tem a participação de nomes como o violonista Arthur Nestrovski, o pianista Leandro Braga e o contrabaixista Jorge Helder, entre outros artistas de ponta da nossa música instrumental. Também neste ano, teve participação no disco Ode Descontínua e Remota Para Flauta e Oboé - De Ariana para Dionísio, uma seleção de poemas de Hilda Hilst, musicados por Zeca Baleiro. Sem fazer concessões ao mainstream, Jussara Silveira segue cantando o que acredita e gosta. Expondo sua verdade sem disfarces, acabou transformando-se em uma artista cultuada, com público garantido onde quer que se apresente. “Uma voz carregada de sentidos, que vão se desnudando aos poucos”, escreveu Arnaldo Antunes. O contrário também vale: são sentidos carregados de voz, que ela traduz e transforma em mil e uma canções.
(http://www.jussarasilveira.com.br/)

Ouça Jussara Silveira nos excertos dos áudios:Caravela (Maurício Pacheco)2002 / Ludo Real (Vinicius Cantuária - Chico Buarque) 1997) / Oxotocanxoxoxo (Antônio Risério - Roberto Mendes) 1997 Saudade da Saudade (Paulo Neves - José Miguel Wisnik) 1997 / Cara Limpa (com Luiz Brasil) (Paulo Vanzolini) 2006 / Efeito Samba (com Luiz Brasil) (Zé Miguel Wisnik-Vadim Nikitin) 2006.


CONSUELO DE PAULA

CONSUELO DE PAULA é cantora, compositora, poeta, diretora artística e produtora musical de seus três cds: Samba, Seresta e Baião (1998), lançado no Teatro do SESC Ipiranga, Tambor e Flor (2002), lançado no Theatro Ateneo de Buenos Aires e Dança das Rosas (2004), lançado no Theatro Municipal de São Paulo. Em junho de 2008 foi lançada, no Japão, coletânea dessas três obras, batizada de Patchworck. São quinze faixas escolhidas pela equipe da Koala Records, com encarte primoroso e letras traduzidas.
Seus três cds estão articulados a partir de uma unidade conceitual a nos revelar uma trilogia. Todos foram reeditados recentemente pela Tratore, com distribuição para todo o Brasil e também para o exterior. Consuelo possui forte presença de palco e carisma e é com estes elementos que ela completa sua expressão artística. Participou de diversos projetos culturais e de programas conceituados como o Ensaio (direção Fernando Faro) na TV Cultura de São Paulo, Talentos (Giovani Souza), na TV Câmara, de Brasília; A Voz Popular (Luís Antônio Giron) na Rádio Cultura de São Paulo, entre outros. Realizou recentemente shows em espaços importantes como o Teatro Gran Rex de Buenos Aires (Noite Brasileira, com Consuelo de Paula e Naná Vasconcelos); Theatro Municipal de São Paulo; Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil (Consuelo de Paula, Rolando Boldrin, Chico Pinheiro e Heródoto Barbeiro); Teatro do Itaú Cultural, São Paulo; Teatro do Paiol, Curitiba; Clube do Banco do Nordeste, Fortaleza; Centro Cultural Santander, Porto Alegre; Teatro da FUNARTE, Rio de Janeiro; Teatro do SESC, Brasília; Teatro Abílio Barreto, Belo Horizonte; principais teatros dos SESCs em São Paulo. Participou do Projeto Pixinguinha, da FUNARTE, percorrendo diversas cidades em diferentes estados brasileiros. Radicada há mais de 20 anos em São Paulo, é uma das poucas artistas de sua geração que possui, de fato, uma obra auto-referente na forma e no conteúdo. Sua experiência profissional está marcada por profunda coerência e dedicação aos elementos da cultura musical brasileira, com tudo o que ela tem de particular e de universal. Minas Gerais, onde nasceu, deu-lhe o chão e São Paulo, o norte. Minas ofereceu-lhe a fonte e São Paulo, o apuro estético, o amadurecimento, a troca, os encontros. É natural de Pratápolis, cidade cortada pelo rio Palmeiras e córrego do Prata, ladeada pelo rio São João e cravada próxima ao rio Grande e à nascente do rio São Francisco. Não por acaso sua obra é permeada de referências ao movimento e efeito das águas.
Suas composições são surpreendentes, pictóricas; coloca-se como herdeira da arte musical brasileira e mantém compromisso com a contemporaneidade; revela, com sutileza, a marca de um trabalho inovador na maneira de compor, harmonizar e interpretar. Refinamento erudito, elegância popular e boas idéias são elementos constantes em sua obra e lhe asseguram profundo respeito e reconhecimento do público e da crítica especializada.
Atualmente prepara três álbuns, inteiramente de composições próprias. Dá continuidade, assim, a uma trajetória singular, com canções que revelam, poética, melódica e harmonicamente, as possibilidades de novos caminhos para a canção brasileira. A exemplo de algumas músicas do cd Dança das Rosas, nesses próximos trabalhos Consuelo amplia o diálogo com a Península Ibérica, aprofunda relações sonoras entre a música brasileira e latina e o olhar para o continente africano, sem deixar em nenhum momento de ser pratapolense, mineira e brasileira, estabelecendo relações atávicas e futuras com os universos citados, além de mais uma vez afirmar sua proximidade com a poesia, particularmente aquela que se coloca a serviço da canção.
Com uma trajetória marcada pela coerência e profunda sensibilidade artísticas, a cada trabalho Consuelo nos coloca diante de algo novo, inusitado e surpreendente; está sempre a nos revelar onde mora o Brasil.
Outros trabalhos registrados:
Consuelo foi convidada a participar de outros importantes cds: canta ao lado de Rolando Boldrin no cd Senhor Brasil; interpreta a canção Lua Branca em Divas do Brasil, disco de prata em Portugal, onde figura ao lado de Elis Regina, Maria Bethânia, Céline Imbert, Bebel Gilberto, Astrud Gilberto e Zizi Possi, entre outras; comparece em duas faixas na coletânea Cachaça Fina (Spirit of Brazil), lançada no exterior: Samba, seresta e baião, de sua autoria, e Moro na Roça, samba que já foi interpretado por Clementina de Jesus. Assinou o roteiro do cd Velho Chico, uma viagem musical, do cantor e compositor Elson Fernandes, no qual interpreta a canção O Ciúme, de Caetano Veloso, considerada a gravação definitiva pelo crítico Mauro Dias, no jornal O Estado de São Paulo. Sua canção Sete Trovas foi gravada por Ana Cascardo (cd Esta noite vai ter sol), e a canção Os terços do Samba foi gravada por Cris Lemos e Zé Luiz Maziotti (cd Meu Lugar). (http://www.consuelodepaula.com.br/)

Ouça Consuelo de Paula nos excertos dos áudios:Cinco estrelas (Tradicional) 2002 / Rouxinol (tema de Teotônio) (Waldemar Henrique-João de Jesus Paes Loureiro) 2002 / Canto de Guerra (Rubens Nogueira e Consuelo de Paula ) 2004 / Curativo (Rubens Nogueira e Consuelo de Paula) 2004 / Na Pancada do Ganzá (Antônio Nobrega - Wilson Freire)2000 / Moro na roça (Tradicional / Adpt. Consuelo De Paula)2002 .

CHICO MARANHÃO

Francisco Fuzzetti de Viveiros Filho - CHICO MARANHÃO, tem sua trajetória musical iniciada em 1960 em São Luís do Maranhão, de onde saiu em 63 para cursar a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo. A partir daí destacam-se os seguintes trabalhos: Participação com seu violão na peça “Morte e Vida Severina” de João Cabral de Mello Neto com música de Chico Buarque, no TUCA (Teatro da Universidade Católica), peça premiada no Festival Internacional de Teatro Amador em Nancy, França; Participação em 1967 do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record com o frevo “GABRIELA” (defendida por MPB-4, 1967) sendo saudado como revelação classificada em quinto lugar. No fim deste mesmo ano compõe a música do espetáculo infantil “Quem casa quer casa”, encenada no Teatro Leopoldo Froz, em São Paulo. Na mesma seqüência dos Festivais participa e revela entre outras músicas, “Descampado Verde” (defendida por MPB-4 - IV Festival de MPB, TV Record, 1968) e “Dança da Rosa” (defendida pelo conjunto 004, Traditional Jazz Band e o próprio Maranhão - Festival Internacional da Canção, Sessão São Paulo, 1968). Lançou 4 discos pelo selo Marcus Pereira Discos: “Maranhão e Renato Teixeira” (disco brinde - 1969), “Maranhão” (1974), “Lances de Agora” (1978) e “Fonte Nova” (1980). Em 1974, cria e coordena em São Luís o “Primeiro encontro de compositores de São Luís”, no parque Bom Menino. Em 1979, participa como ator da peça “Uma incelênça por Nosso Senhor” produzida pelo Labortarte – Laboratório de Expressão Artística, direção de Tácito Borralho. Em 1980 participa do Festival MPB-80 da Rede Globo com a canção “Di Verdade”, interpretada por Diana Pequeno e é uma presença assídua no programa SOM BRASIL. Coordenou para a Rede Globo a parte regional em São Luís do “MPB-Festival dos Festivais”. Ainda na década de 80 montou vários shows com destaque para: show de bossa nova, dirigido por Túlio Feliciano no teatro Arthur Azevedo; Musica peça infantil chamada “Zureta” com textos de Jorge Gouveia e Janice Gouveia, encenada também em São Luís. Em 83 monta espetáculo chamado “Escravo Coração” com a direção de Ginaldo de Souza, para o Arthur Azevedo que vem a participar de 21 a 25 de março do mesmo ano no teatro Carlos Gomes – Rio de Janeiro, do projeto “Seis e Meia”. Em maio de 83 de 26 a 29, apresenta “Chico Maranhão em concerto”, show no Arthur Azevedo. Em 25 e 26 de novembro de 1983 no Centro Cultural de São Paulo – sala Adoniran Barbosa realiza show intitulado “...Em Canto” com direção artística de José de Anchieta. Em 86, cria o musical “O Sonho Cor de Rosa”, junto com o compositor Sérgio Habibe com direção geral de Aldo Leite e grande elenco para o Teatro Municipal de São Luís: Arthur Azevedo. Precisamente entre 03/08 a 05/08/1987 participa de espetáculo em sua homenagem intitulado “Vinte Anos de Arte”, evento com uma programação extensa com artes plásticas, fotografia, dança, cinema, folclore e a presença de vários artistas do cenário nacional. Neste mesmo ano de 87 em 06 de julho, participa do show “Fête des Musiques du Nordeste” no evento “Coleurs du Brésil” do projeto França-Brasil em Paris. Em 88 lançou disco educacional-cultural voltado para as crianças sobre a cultura folclórica do Maranhão: “O Brejeiro”. Em 89 produz o primeiro registro fonográfico do sotaque mais antigo do Bumba-boi de São Luís sotaque zabumba: o “Boi da Liberdade”. A seguir em 18 de junho de 89, realiza show dirigido às crianças no palco do Casino Maranhense em São Luís com o título de “O Bicho”. Em 1990 monta programa piloto para TV em São Luís intitulado Chico Maranhão: “REUNIR”. Em 1991 lança o disco “Quando as palavras vêem” pelo selo CID. Também em 1991 cria grupo intitulado “Companhia Medieval Paparaúbica” que se apresentava pelos eventos nas ruas de São Luís em uma carroça puxada a burro. Em 12 de agosto de 92 participa de noite de autografo promovido pela Secretaria de Estado da Cultura de SP sobre o disco “Quando as Palavras Vêm”, na Casa das Rosas- Av. Paulista, e em 18 e 19 do mesmo mês realiza show de lançamento do mesmo disco no bar “Vou Vivendo”–SP, com direção de Fernando Faro e iluminação de Marcelo Spomberg. Em 1993 cria o grupo de tambor de crioula – “Turma do Chiquinho”, provocando um expressivo e irreversíveldesenvolvimento desta manifestação na área cultural da cidade de São Luís. Em 20 de setembro de 1995 participa da “1ª Semana Portuguesa no Maranhão”, cantando no show intitulado “Descobrimentos”. No mesmo ano de 95 conclui obra sobre a cultura do Bumba-meu-boi maranhense, uma ópera popular intitulada “ÓPERA BOI - O SONHO DE CATIRINA”, com libreto e música de sua autoria encenada no final deste mesmo ano no Teatro Municipal de São Luís, teatro Athur Azevedo. Ao mesmo tempo lança os originais desta ópera em CD. No ano de1994 (de 21 a 24 de março) coordena o 1º Seminário Maranhense do Direito Autoral, com presença de Maurício Tapajós, presidente da AMAR, dentro de um movimento intitulado “Música em Movimento – cante este refrão”. Em 1996 lançou o CD “São João, Paixão e Carnaval”. Neste mesmo ano participou do Festival Maranhense da Canção Popular, em São Luís e ganha o primeiro prêmio com a canção “Hiato no Himalaia”. No carnaval de 2000 em 25 de fevereiro tem “participação especial” na abertura da exposição “Mulher: dos Salões à Passarela”, com baile de máscara e desfile de fantasias promoção da FUNCMA e Museu Histórico e Artístico do Maranhão. Em 2001 lança o CD intitulado “Só Carinho”; De 2001 a 2003 trabalha sobre tese de mestrado sobre a arquitetura do sobrado de São Luís que resulta em livro intitulado “Urbanidade do sobrado”. Em de 2004 (22 de julho) participa do espetáculo intitulado “SÃO JOÃO DE CHICO MARANHÃO”, para o evento “SÃO LUÍS -VALE FESTEJAR” com todas músicas de sua autoria no palco do Convento das Mercês em São Luís, com a presença das cantoras Rosa Reis, Tereza Cantu, Fátima Passarinho, Luciana Pinheiro, Anna Cláudia e Ângela Gullar, com direção e produção artística de sua autoria. Em 28 de agosto de 2004 produz reapresentação o mesmo espetáculo “SÃO JOÃO DE CHICO MARANHÃO”, no palco do circo da Cidade em São Luís. Em 15 de fevereiro de 2005 realiza show intitulado “BRINACADEIRA DE VIOLA” em São Luís no palco da Concha acústica da Lagoa da Jansen junto com Zeca Baleiro e Cezar Teixeira. Em maio de 2005 grava programa em circuito fechado no Canal 20 – TVN em São Luís chamado “Cenário”; No correr do mesmo ano de 2005 participa cantando em eventos nos largos e praças de São Luís intitulados “O som do Mará”. Em 11 de agosto de 2005 participa do programa “Senhor Brasil” na TVE –São Paulo com a música “ARREUNI” de sua autoria sendo interpretada por Rolando Boldrin, Renato Teixeira, Belquior, Alzira Espíndola, Dominginhos e conjunto de cordas. Ainda em agosto 2005 participa de programa de entrevista intitulado “Algazarra” na TV São Luís em São Luís onde canta alguns de seus sucessos. Em 01 de outubro de 2005 concede entrevista em programa de variedades na TV Ribamar em São Luís. No mesmo mês de outubro de 2005 volta a participar do programa “Senhor Brasil” na TVE –São Paulo fazendo dupla com Renato Teixeira lembrado músicas do começo de suas carreiras do evento chamado ”SAMBAFO”. Em 19 de outubro do mesmo ano (2005) volta a participar de programa de variedades na TV Ribamar em São Luís cantando seus sucessos. Em 28 de outubro repete participação no mesmo programa de variedades na TV Ribamar e em São Luís. Em 05 de novembro de 2005 realiza em São Luís show intitulado “SAMBAFO: onde tudo começou”, no palco da Concha acústica da Lagoa da Jansen com Renato Teixeira e Sérgio Habibe. Em 10 de novembro de 2005 participa da reabertura do teatro Municipal de São Luís -Arthur Azevedo, no show intitulado “Show de cantores maranhenses”. Em 18 de novembro de 2005 volta ao programa “Algazarra” na TV São Luís em São Luís cantando músicas natalinas de sua autoria. Em 11 de dezembro de 2005, realiza apresentação natalina no lançamento do livro de D. Lily Marinho no palco do Convento das Mercês em São Luís. Em 2005 conclui livro sobre a arquitetura dos sobrados de São Luís intitulado “Urbanidade do sobrado- um estudo sobre a arquitetura do sobrado de São Luís”. Em 27 de junho 2006 realizou espetáculo com banda chamado “Chico Maranhão em Bumba-concerto” na praça Maria Aragão no São João da Prefeitura intitulado “São Luís, o maior arraial do Brasil”. Em 23 de julho 2006 participa do evento Vale Festejar no Convento das Mercês apresentando o show “Chico Maranhão em Bumba-concerto”. Em 08 de novembro de 2006 lança em São Paulo, na Casa de D. Yayá, Centro de Preservação Histórico da USP, à Rua Major Diogo, 353, livro de arquitetura editado pela Hucitec, “Urbanidade do sobrado”- um estudo sobre a arquitetura do sobrado de São Luís”. Em 17 de setembro de 2007 lança o mesmo livro em São Luís, no Espaço da Caixa Econômica Federal, no Centro Histórico - Praia Grande, 223. Grava programa de variedade “Algo mais” na TV Difusora em 13/10/2007. Grava programa de MPB intitulado “ Conversa de vime” na TV São Luís em 15/10/2007. Participa da 1ª Feira de livro de São Luís, relançando o livro “Urbanidade do sobrado” no dia 20 de outubro de 2007; Grava programa variedade “Balaio de gente” na TV Tropical em 22/10/2007. Faz show no “Clube do choro” no bar do Chico Canhoto Cohama/São Luís em 27/10/2007. Participa como homenageado da I Semana de Música no Maranhão nos dias 22 e 23 de novembro de 2007 no Teatro Arthur Azevedo – musica apresentada: Diverdade.Realiza show no Armazém da Estrela na Praia Grande em 27/12/2007. Em 2007, finalizou espetáculo teatral que idealizou junto com o teatrólogo Ubiratan Teixeira a Revolução de Beckman (1684) em São Luís. (http://chicomaranhao.com/).
Ouça Chico Maranhão, nos excertos dos áudios:Gabriela (Chico Maranhão) (1967) / Boi, meu menino (Chico Maranhão)1978 /Fonte Nova - Fonte Nova (Chico Maranhão)1980 / Cirano (Chico Maranhão) 1969 /Que passo tu andas (Chico Maranhão)1980.


CEUMAR

Ceumar Coelho - CEUMAR . Nascida na região da Serra da Mantiqueira, em Itanhandu, no sul de Minas Gerais, em 19 de abril de 1969. De família ligada à música, aos 18 anos Ceumar foi para Belo Horizonte estudar violão clássico e canto na Fundação de Educação Artística. Em 1995, transferiu-se para São Paulo. Seu primeiro CD, Dindinha, saiu em 2000, produzido por Zeca Baleiro, que também assinou a canção que deu nome disco. No segundo, Sempre Viva, Ceumar estreou como produtora, arranjadora e compositora, ao lado da poeta Alice Ruiz, em "Avesso", e de Chico César e Tata Fernandes, em "Boca da Noite". A cantora tem se apresentado em turnês e projetos internacionais na Holanda ao lado do pianista jazzista Mike del Ferro. Como compositora, escreveu para a peça teatral do ator Gero Camilo, Canções de Invento, que traz referências a violeiros do nordeste como Xangai e Vital Farias e mistura poesia, teatro e música popular. Compôs também para Mônica Salmaso e para os dois álbuns do cantor Rubi. (http://pt.wikipedia.org/)

A mineira CEUMAR canta, compõe, toca violão, faz arranjos, cria a sua própria música desde 95, ano em que chega a São Paulo. Conduz com desenvoltura carreira independente, produz seus discos, participa ativamente de projetos coletivos e variados no Brasil e no exterior. DINDINHA é seu disco de estréia, lançado em 2000. Produzido por Zeca Baleiro , com auxílio luxuoso de diversos instrumentistas, o cd apresenta composições tradicionais de Luiz Gonzaga e Sinhô com inéditas de Chico César, Itamar Assumpção e Zeca Baleiro. SEMPREVIVA! é o 2º disco – 2003, onde Ceumar assina a produção musical e arranjos além de se apresentar como compositora em parcerias com Alice Ruiz - poeta paranaense - Tata Fernandes e Chico César , entre canções inéditas de Péri, Kléber Albuquerque e Gero Camilo. ACHOU! é o 3º cd em parceria com o compositor e violonista DANTE OZZETTI e foi lançado em 2006 pela gravadora MCD. Mostra parcerias de Dante com letristas convidados: Luiz Tatit, Zeca Baleiro, Zélia Duncan, Chico César, Kléber Albuquerque e Alzira Espíndola. Gravado ao vivo em estúdio após meses de ensaio, conta com uma banda afinada: Sérgio Reze, Dú Moreira, Milton Mori, Webster Santos e tem ainda Bocato nos trombones. Fora do Brasil tem obras lançadas em coletâneas dos selos Nascente e Putumayo (Music from the Coffee Lands II) distribuídas por países da Europa e EUA.Nos últimos 5 anos fez shows em Curitiba (Paiol, Guairinha), Itajaí – SC (Festival de Inverno), Porto Alegre (Santander Cultural) , Campinas , Rio de Janeiro (projeto Novo Canto, projeto Bolsa Nova), Belém (SESC DOCA), São Luís (Circo da Cidade), Ceará (BNB Clube de Fortaleza e SESC Crato), Brasília (CCBB, Feitiço Mineiro) , Belo Horizonte (TIM Mov. Perc –2005) além de atuar em São Paulo - capital e interior. Em 2005 participou do Projeto Pixinguinha percorrendo 8 cidades do Norte/Centro do Brasil.Também esteve presente no Festival Cultura pela TV Cultura, com a música ACHOU! Desde 2006 realiza um trabalho musical com o pianista holandês Mike Del Ferro. Em outubro de 2006 fez com ele e seu trio 7 shows na Holanda e também na Bélgica. Em abril deste ano o grupo se apresentou no Concertgebouw, um importante teatro em Amsterdam. Com Dante Ozzetti e grupo esteve no México e em setembro de 2007 participa do Festival de La Musica Viva de VIC – BARCELONA. Ainda em 2007, participou do Festival Internacional da Lusofonia “Cantos na Maré”, em Pontevedra-Galícia. Em 2008, já realizou uma turnê de nove apresentações do show Achou! no SESC SP ao lado de Dante Ozzetti e banda. Em maio de 2008, está programada uma temporada de quatro apresentações no Teatro da FECAP SP para a gravação do seu disco inédito somente com canções compostas por ela ou em parcerias com grandes e novos nomes da MPB. (http://www.circusproducoes.com.br/)

Ouça Ceumar, nos excertos das músicas: Banzo (Itamar Assunção)1999 / Alto Mar (com Dante Ozzetti) (2006)(Dante Ozzetti e Luiz Tatit ) / Avesso (Ceumar-- Alice Ruiz) 2003 / Girias do Norte (Jacinto Silva-Onildo Almeida)1999 / Parede-Meia (Kléber Albuquerque) 2003 / Pecadinhos (Zeca Baleiro) / 1999 .